Valorização dos imóveis em Portugal nos últimos 5 anos

Nos últimos 5 (cinco) anos, o mercado imobiliário em Portugal registou valorizações notáveis, impulsionadas pela procura nacional e internacional, políticas de incentivo e reabilitação urbana. A seguir, analisamos a evolução no país, com destaque para as cidades de Lisboa e Porto.

1. Portugal: panorama nacional

Segundo o índice de preços residenciais, o valor médio das casas em Portugal cresceu cerca de 11,5% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, alcançando um índice de 235,68 (base 100 em 2015). Desde 2021, passou de 176 para 236, um incremento robusto refletindo a consolidação do mercado após a pandemia.

2. Lisboa: mercado premium e procura constante

• Em Lisboa, os preços médios situam-se entre €5.000 e €6.425/m², com uma mediana de €5.642/m², o valor mais alto já registado.

• No último ano, Lisboa anotou +7,2% de valorização, contra a média de +8,1% em Portugal .

• Entre 2018 e 2024, os preços duplicaram em diversos concelhos da área metropolitana, como Cascais, Sintra e Oeiras.

A capital mantém-se atrativa para investidores e compradores internacionais, tanto pela oferta cultural e de serviços como pelo mercado premium (€10.000 – 12.000/m² em zonas de luxo).

3. Porto: valorização contínua e aceleração recente

• A nível nacional, os preços residenciais no Grande Porto duplicaram em municípios como Porto (+113%), Matosinhos, Vila Nova de Gaia, entre 2018 e 2024.

• Porto encontra-se entre as 10 cidades globais com maior valorização anual (8º lugar, +8,6%), enquanto Lisboa ficou em 11º (+4,7%).

• Os preços específicos de Lisboa e Porto mostraram subida anual de 6,4% e 10,3%, respetivamente, no 3.º trimestre de 2023.

Em zonas como Bonfim e Campanhã, a valorização foi expressiva: os preços aumentaram quase 2,5 vezes e triplicaram, respetivamente, entre 2018 e 2024.

4. Outros centros relevantes

• Algarve: entre 2009 e 2024, regista +103%, valores médios de €2 321/m² e potencial de rendimento elevado em zonas turísticas.

• Madeira: +49% desde a pré-pandemia; Açores: +19% no mesmo período.

• Cidades periféricas de Lisboa e Porto: Seixal, Gondomar, Matosinhos, por exemplo, superaram as próprias capitais, refletindo relocalização e procura por habitação mais acessível.

5. Motivos do crescimento

(i) Procura internacional: residências de segunda habitação e golden visas contribuem para valorização constante.

(ii) Reabilitação urbana: melhoria de bairros históricos, especialmente em Porto e Lisboa, atrai residentes e investidores.

(iii) Escassez de oferta: mesmo com novas construções, a procura supera a oferta, empurrando os preços naturalmente para cima.

(iv) Capital de investimento seguro: taxa de juro baixa, inflação controlada e estabilidade política atraem capitais para o imobiliário.

6. Conclusão

Portugal vive uma fase de valorização imobiliária sólida e sustentada, especialmente nas principais cidades e zonas costeiras. Lisboa mantém preços mais elevados e valorização constante, enquanto o Porto cresce com mais rapidez, constituindo uma excelente oportunidade para investidores em busca de mercado com excelente performance e ainda com preços mais acessíveis.

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Autor: Marco Antonio Belmonte Molino